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Uma Introdução ao JavaScript

Vamos ver o que há de tão especial no JavaScript, o que podemos fazer com ele, e que outras tecnologias funcionam bem com ele.

O que é JavaScript?

JavaScript foi inicialmente criado para " tornar páginas web vivas ".

Os programas nesta linguagem são chamados de scripts. Eles podem ser escritos diretamente no HTML de uma página web e executados automaticamente quando a página é carregada.

Os scripts são fornecidos e executados como texto puro. Eles não precisam de preparação ou compilação especial para serem executados.

Neste aspecto, o JavaScript é muito diferente de outra linguagem chamada Java.

Quando o JavaScript foi criado, tinha outro nome: "LiveScript". Mas Java era muito popular naquela época, então foi decidido que posicionar uma nova linguagem como um "irmão mais novo" de Java ajudaria.

Mas à medida que ele evoluiu, o JavaScript se tornou uma linguagem totalmente independente e com a sua própria especificação chamada [ECMAScript](https://pt.wikipedia.org/wiki/ECMAScript), e agora ele não tem nenhuma relação com Java.

Hoje, o JavaScript pode ser executado não só no navegador, como também no servidor, ou mesmo em qualquer dispositivo que tenha um programa especial chamado Interpretador JavaScript.

O navegador tem um interpretador (motor) incorporado que às vezes é chamado de "máquina virtual JavaScript".

Interpretadores diferentes têm "codinomes" diferentes. Por exemplo:

  • V8 -- no Chrome, Opera e Edge.
  • SpiderMonkey -- no Firefox.
  • ... Há outros codinomes como "Chakra" para o IE, "JavaScriptCore", "Nitro" e "SquirrelFish" para Safari, etc.

Os termos acima são bons para lembrar, pois são usados em artigos de desenvolvedores na internet. Nós também os vamos usar. Por exemplo, se "um recurso X é suportado pelo V8", então ele provavelmente funciona no Chrome, Opera e Edge.


Os interpretadores são complicados. Mas o básico é fácil.

1. O interpretador (embutido se for um navegador) lê ("analisa") o script.
2. Depois converte ("compila") o script para a linguagem da máquina.
3. E então o código da máquina é executado, bem rápido.

O interpretador aplica otimizações em cada etapa do processo. Ele ainda observa o script compilado enquanto ele roda, analisa os dados que passam por ele e aplica otimizações ao código da máquina com base nesse conhecimento.

O que o JavaScript no navegador pode fazer?

JavaScript moderno é uma linguagem de programação "segura". Ele não fornece acesso de baixo nível à memória ou CPU, porque foi inicialmente criado para navegadores que não necessitam dele.

As capacidades do JavaScript dependem muito do ambiente em que está sendo executado. Por exemplo, Node.js suporta funções que permitem ao JavaScript ler/gravar arquivos arbitrários, executar solicitações de rede, etc.

O JavaScript no navegador pode fazer tudo relacionado à manipulação de páginas web, interação com o usuário e o servidor web.

Por exemplo, o JavaScript no navegador é capaz de:

  • Adicionar novo HTML à página, alterar o conteúdo existente, modificar estilos.
  • Reagir às ações do usuário, executando código seguindo cliques de mouse, movimentos de ponteiro, pressionamentos de teclas.
  • Enviar solicitações através da rede para servidores remotos, baixar e carregar arquivos (as chamadas tecnologias [AJAX] (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ajax_(programa%C3%A7%C3%A3o)) e [COMET] (https://pt.wikipedia.org/wiki/Comet_(programa%C3%A7%C3%A3o))).
  • Obter e definir cookies, fazer perguntas ao visitante, mostrar mensagens.
  • Lembrar-se dos dados no lado do cliente ("local storage").

O que o JavaScript no navegador não pode fazer?

As habilidades do JavaScript no navegador são limitadas por uma questão de segurança do usuário. O objetivo é evitar que uma página maléfica acesse informações privadas ou danifique os dados do usuário.

Exemplos de tais restrições incluem:

  • O JavaScript em uma página não pode ler/gravar/copiar arquivos arbitrários ou executar programas, se estes estiverem no disco rígido. Não tem acesso direto às funções do sistema operacional.

    Os navegadores modernos permitem que ele trabalhe com arquivos, mas o acesso é limitado e fornecido apenas se o usuário executar determinadas ações, como "dropping" de um arquivo em uma janela do navegador ou selecioná-lo por meio de uma entrada de formulário.

    Existem maneiras de interagir com a câmera/microfone e outros dispositivos, mas eles exigem permissão explícita do usuário. Assim, uma página com o JavaScript ativo não pode às encondidas habilitar uma câmera web, observar os arredores e enviar as informações para a Agência de Segurança Nacional (NSA).

  • Diferentes abas/janelas geralmente não se conhecem mutuamente. Mas às vezes sim, por exemplo, quando uma janela usa JavaScript para abrir outra. Mas, mesmo neste caso, o JavaScript numa página pode não acessar a outra se elas vierem de sites diferentes (de um domínio, protocolo ou porta diferentes).

    Isto é chamado de "Política de mesma origem". Para contornar isso, ambas as páginas devem concordar em trocar dados e conter código JavaScript específico para o fazer.

    Essa limitação é, novamente, para a segurança do usuário. Uma página de http://umsitequalquer.com.br que um usuário abriu não deve poder alcançar uma outra aba do navegador com a URL http://gmail.com e roubar a informação de lá.

  • O JavaScript pode se comunicar facilmente pela rede com o servidor de onde a página atual veio. Mas a sua capacidade de receber dados de outros sites/domínios é limitada. Embora possível, requer acordo explícito (expresso em cabeçalhos HTTP) do lado remoto. Mais uma vez, esta é uma limitação de segurança.

Esses limites não existem se o JavaScript for usado fora do navegador, por exemplo, em um servidor. Os navegadores modernos também permitem plugins/extensões que podem solicitar permissões estendidas.

O que torna o JavaScript único?

Há pelo menos três grandes aspectos do JavaScript:

+ Integração total com HTML/CSS.
+ Coisas simples são feitas de forma simples.
+ Suporte em todos os principais navegadores, e ativado por padrão.

O JavaScript é a única tecnologia de navegador que combina estas três qualidades.

Isso é o que torna o JavaScript único. É por isso que é a ferramenta mais difundida para criar interfaces de navegador.

Dito isto, o JavaScript pode ser usado para criar servidores, aplicativos móveies, etc.

Linguagens "sobre" JavaScript

A sintaxe do JavaScript não se adapta às necessidades de todos. Pessoas diferentes querem características diferentes.

Isso é de se esperar, porque projetos e requisitos são diferentes para todos.

Então, recentemente uma infinidade de novas linguagens apareceu, que são transpiladas (convertidas) para JavaScript antes de rodarem no navegador.

Ferramentas modernas tornam a transpilação muito rápida e transparente, permitindo que os desenvolvedores codifiquem em outra linguagem e auto-convertendo "nos bastidores".

Exemplos de tais linguagens:

  • CoffeeScript é um "açúcar sintático" para JavaScript. Ele introduz uma sintaxe mais curta, permitindo-nos escrever um código mais claro e preciso. Normalmente, Ruby devs gostam dele.
  • TypeScript está concentrado em adicionar "estritos tipos de dados" para simplificar o desenvolvimento e suporte de sistemas complexos. É desenvolvido pela Microsoft.
  • Flow também adiciona tipos de dados, mas de uma forma diferente. Desenvolvido pela Facebook.
  • Dart é uma linguagem autônoma que tem seu próprio interpretador que roda em ambientes fora do navegador (como aplicativos móveis), mas também pode ser transpilada para JavaScript. Desenvolvida pela Google.
  • Brython é um transpilador de Python para JavaScript que permite escrever aplicativos em puro Python, sem JavaScript.
  • Kotlin é uma linguagem de programação moderna, concisa e segura, que pode ser usada no navegador ou no Node.

Há mais. Claro que, mesmo que usemos uma dessas linguagens transpiladas, também devemos saber JavaScript para entender o que estamos fazendo.

Resumo

  • O JavaScript foi inicialmente criado como uma linguagem somente de navegador, mas agora é usado em muitos outros ambientes também.
  • Hoje, o JavaScript tem uma posição única como a linguagem de navegador mais amplamente adotada, com integração total com HTML/CSS.
  • Existem muitas linguagens que são "transpiladas" para JavaScript e que oferecem certas funcionalidades. Recomenda-se dar uma olhada nelas, pelo menos brevemente, depois de dominar o JavaScript.